quarta-feira, 24 de agosto de 2016


MALENA (Giuseppe Tornatore) no dia 26 de Agosto, sexta-feira, às 19h30.Comentários de Silvana M. B. Vassimon, analista didata da SBPRP e Profa. Dra. Cristiane Passafaro Guzzi, Pós-Doutoranda em Relações Intersemióticas entre Literatura, Cinema e Televisão pela UNESP – Campus de Araraquara
Local: Anfiteatro da Unidade de Emergência (UE) da FMRP-USP
Rua Bernardino de Campos, 1000 Ribeirão Preto.
Valor da Inscrição: 10,00
Inscrições no local

Silvana Vassimon:
1941 – II Guerra Mundial 
Castelcuto – vilarejo siciliano  
Renato – garoto de 13 anos 
Um jovenzinho entrando na adolescência, uma mulher de beleza avassaladora e um lugarejo perdido à beira do Pacífico constituem o cenário para um filme que carrega a marca da poesia, da beleza e do drama, típicos de um cineasta da grandeza de Giuseppe Tornatore. A II Guerra Mundial constitui cenário para o drama desta história, contaminando de forma sutil e inequívoca a existência dos moradores e suas emoções. A beleza estonteante de Malena perturba a ordem estabelecida entre os moradores do lugar e tece as fantasias que inauguram a entrada na adolescência de Renato, criando conflito e expandindo o clima de guerra.  
A beleza externa de Malena, enquanto corpo, cria a linguagem do Mistério, do insondável, daquilo que está dentro e só pode ser imaginado, tornando-se palco para as projeções de cada personagem, cenário de amor e de ódio.  

Profa. Dra. Cristiane Passafaro Guzzi:
Fundamentada em uma perspectiva de discurso em ato, pretendemos evidenciar, em nossa fala, observações sobre os efeitos de sentido gerados pelas escolhas cinematográficas presentes na encenação do filme Malena, de Giuseppe Tornatore, atentando, dessa forma, para a provocação e para a mobilização existentes acerca de velhas ou novas reflexões sobre o corpo, sobre a força que a imagem de um belo corpo irrompe em um menino, em uma sociedade, em um contexto de Guerra.
Privilegiaremos, assim, uma leitura da construção do todo significativo, a partir da escolha de focalização do ponto de vista de um menino que passa da infância à vida adulta e modo como a concepção da paixão perpassa a encenação fílmica atravessada pela Guerra, mas mediada pela concepção de um corpo que delineia as ações da trama. As técnicas de filmagem mobilizadas, a seleção e a combinação do que será mostrado e o modo como determinadas ênfases visuais são tratadas criam efeitos de sentido que fazem aflorar nossa percepção, enquanto sujeitos dotados de percepção dos objetos, bem como configuram a existência de uma reflexão sobre a existência de um imaginário cultural sobre o corpo. Essa existência interpretativa somente é possível com e pelo ato enunciativo, na medida em que o eu-que-sente-e-percebe precisa ser deslocado do simples vivido (este, por sua vez, indizível) e reconhecido como eu-que-enuncia para que o universo de sentido lhe apareça.

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