terça-feira, 11 de novembro de 2014

Berggasse 19 – Vol. V, Nº 1 – “Cinema e Psicanálise”
Resumos dos Artigos

1.      O piano: uma proposta de compreensão psicanalítica
Anette Blaya Luz, SPPA
Resumo: O texto é uma reflexão a respeito do filme O piano enfatizando a íntima relação que existe entre estas duas artes: fazer Cinema e fazer Psicanálise. Aborda aspectos sociológicos da posição da mulher na sociedade retratada no cenário da época deste filme. Propõe um exercício de compreensão psicanalítica das diferentes conflitivas que atormentam os três principais personagens da história através dos fundamentos teóricos das obras de D.W.Winnicott e W. Bion.

2.      O que parece, quando aparece? Psicanálise e Cinema em foco
Silvana Rea – SBPSP/USP
Resumo: A partir da filmografia do cineasta Orson Welles, a autora traça relações entre a linguagem cinematográfica e a situação transferencial na clínica psicanalítica, em seus aspectos de ilusão e de prestidigitação.

3.      Gravidade: a impactante trajetória de renascimento de uma mulher à deriva no espaço e a ameaça de aniquilamento que a acompanha
Nara Amália Caron, SPPA
Rita Sobreira Lopes, Porto Alegre, UFRGS
Resumo: O filme Gravidade é uma ficção que ajuda a criar um modelo da experiência do nascimento, nesse lugar de difícil acesso pela linguagem verbal e memória. Para Bick (1986), ao nascer, o bebê está na posição de um astronauta que foi enviado ao espaço sem a vestimenta adequada. Nesta condição, está sujeito a angústias catastróficas, equivalentes às agonias impensáveis descritas por Winnicott (1968/1988): medo de cair para sempre, despedaçar-se, perder conexão com o corpo, isolamento completo sem meios de comunicação. Em sua primeira missão espacial, Ryan é acompanhada por um astronauta veterano, Matt Kowalski, que está no comando da nave espacial, em sua última missão. A nave é quase destruída após colidir com lixo espacial, deixando ambos à deriva, dependendo um do outro e na total escuridão – como a mãe com o seu bebê no trabalho de parto. É uma metáfora do nascimento e renascimento.

4.      Aspectos internos assustadores
Comentários sobre o filme Dogville, de Lars Von Trier
Suad Haddad de Andrade, SBPRP

Resumo: O filme Dogville fala de nossa violência interna e como ela comparece nos grupos sociais. Grace é uma fugitiva que é acolhida em uma pequena e pacata cidade, mesmo contra a vontade da maioria de seus moradores. Sem se darem conta, eles vão se revelando na relação com ela. No final, quem revela uma violência assustadora é ela, que, com a ajuda do pai, um gângster, destrói a cidade.

5.      Coisas que perdemos pelo caminho: a reconstrução do mundo interno a partir de experiências de luto e melancolia
Silvana Maria Bonini Vassimon, SBPRP
Resumo: A fatalidade invade sem aviso e sem prerrogativas. A vida de uma família é transtornada pela perda do pai e é no encontro do luto de sua esposa, com a profunda melancolia de um amigo drogadicto, que vai ser buscado e recuperado o interesse libidinal que conjuga as pessoas, que as conecta em interesses e cuidados e faz despertar a esperança. É nessa trágica passagem da vida que Audrey e Jerry se encontram e vão fabricar, em desesperador esforço, o interesse amoroso pelo “outro”, como fonte de elaboração pelas perdas, fonte de luta para o resgate do que restou dos “incêndios”, e fonte de esperança para continuar a vida.

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