quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Por Cristiane Sampaio
Mtb. 61.431

 
Olá,
 

Hoje, vamos divulgar a ultima sessão de Cinema & Psicanálise no SESC Ribeirão Preto em 2013. O filme escolhido para encerrarmos o ano foi “Stella”, o bem criticado filme francês. A exibição acontecerá neste domingo, 10/11, às 15h. Mais um evento reservado aos fãs do projeto.
 
Os comentários após o filme serão realizados pela Psicóloga e Membro filiado da SBPRP, Alessandra Paula Teobaldo Stocche. A convite do blog, ela nos adiantou uma prévia do filme e de suas observações, acompanhe!
 

“Stella foi produzido em 2008, mas se passa na década de 70, e é um filme com referências autobiográficas da roteirista e diretora Sylvie Verheyde. Trata-se da história de uma menina de 11 anos de idade que é transferida para uma escola elitizada parisiense. O ambiente altamente rigoroso e repressivo da escola somado ao contraste social entre os outros alunos e Stella resultam em uma inicial não adaptação e encapsulamento da personagem. Baixo desempenho, revolta e agressividade são as formas de exprimir seus conflitos internos.
 

Paralelamente a este contexto, Stella vive em um ambiente que não pode ser considerado uma casa, com pai e mãe em profundo desencontro, cada um voltado a seu mundo particular, sem servi-lhe de referência no seu desenvolvimento a caminho da adolescência. O lugar em que vive é um bar-hospedaria onde jogos, consumo de bebidas alcóolicas e cigarro em excesso apontam para um ambiente caótico. Stella transita neste meio estabelecendo um contato íntimo com um mundo adulto e precário. A família reside em quartos no andar de cima do bar-hospedaria onde convivem alguns hóspedes habituais, em geral fracassados e solitários vindos muitos deles da assistência social. A convivência com esses hóspedes torna-os por vezes suas referências familiares. Nesse ambiente tumultuado e difuso, com negligência repetitiva dos pais, Stella, por vezes, recebe o amparo afetivo-emocional de alguns dos frequentadores.
 

Na escola, de forma fortuita, Stella estabelece um relacionamento com uma colega de turma. Uma aluna exemplar, com uma condição cultural elevada e bem situada economicamente. Entretanto, de certa forma “estrangeira” como Stella, pois sua família é argentina, de origem judaica e encontra-se exilada em Paris. Nesse jogo entre a precária situação familiar, o processo de adaptação escolar e a relação de afeto estabelecida com essa amiga, surge um elemento transformador interno que encontra ressonância em Stella.
 

Winiccott  com relação à ‘natureza humana’, sugere que “[...] para cada indivíduo que tenha atingido o estágio de ser uma unidade (com uma membrana limitadora, um exterior e um interior), existe uma realidade interior a esse indivíduo, um mundo interno que pode ser rico ou pobre, estar em paz ou em estado de guerra.”(WINNICOTT, 2000, p.317). Sem duvida o mundo de Stella era um mundo de guerra, com conflitos aparentemente insolúveis. Entretanto, seu mundo interno guardava riquezas suficientes para sobrepor as condições adversas externas. Intriga saber quais seriam os fatores determinantes que levaram essa semente interna a germinar”.
 

Criamos uma página para o evento no facebook, clique AQUI e confirme sua presença.
Nos vemos lá!



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