terça-feira, 1 de outubro de 2013

Clarice Lispector: Inquietações do inacessível

Por Cristiane Sampaio
Mtb. 61.431

No próximo dia 19 de Outubro, a SBPRP – Sociedade Brasileira de Psicanálise de Ribeirão Preto realizará mais um grande encontro psicanalítico: Literatura & Psicanálise – Clarice Lispector “Inquietações do inacessível”. O evento acontecerá na Universidade Barão de Mauá a partir das 8h30min. Clique aqui e garanta sua inscrição. As vagas são limitadas.

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Clarice foi uma escritora e jornalista brasileira nascida na Ucrânia. Vinda de uma família judaica, que se refugiou no Brasil após fugir da perseguição aos judeus na Guerra Civil Russa. Ela começou a escrever ainda criança, seus romances logo chamaram a atenção e levantaram vários questionamentos do público e crítica. Clarice foi reconhecida e o sucesso de seus livros lhe garantiram vários prêmios literários pelo mundo.  Para os fãs da psicanálise e a quem se interessa por esta área, a leitura de sua obra permite não só várias reflexões e questionamentos, mas um reencontro da força criadora original da experiência psicanalítica.

“Por que o recurso à literatura, para falar do feminino, ou por que a obra de Clarice Lispector interessaria à psicanálise? Muitas são as respostas. Seguiu-se aí uma orientação de Lacan, encontrada num texto em homenagem a Merleau-Ponty. A arte, segundo Lacan, nos dá a ver o que, de outro modo, não se veria, mantendo o que há de inapreensível no objeto. Saímos assim da metáfora do psicanalista como decifrador da arte, para pensar a arte como aquilo que coloca questões ao psicanalista, arte decifradora ou causadora do analista/sujeito. A arte nos ensina modos de subjetivação em jogo na clínica. Assim, interessou menos a caracterização de uma escrita como feminina do que a maneira como a escrita de Clarice Lispector permite pensar certos modos femininos de subjetivação.
 
A escrita de Clarice, assinalando um além da palavra, um impossível a dizer, seria passível de nos ensinar sobre o feminino, entendido como aquilo que, da mulher, não se recobre pelo falo. Quais seriam as manifestações dessa parte da mulher? Graças a uma dicção particular, à estética do sopro, através da qual Clarice busca falar de um impossível além da linguagem, sua escrita pode nos fornecer elementos para pensar o feminino em sua relação com a criação, com o real e com o gozo”.  (MARCOS C. Do que se pode ler em Clarice Lispector: sublimação e feminino, 2007).

"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro...", Clarice Lispector.

Quer saber mais sobre o evento? Clique AQUI!

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